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Portos Conectados: Construindo Mundos Digitais e Encontros em Porto Alegre e Liverpool

Portos Conectados é a principal novidade da 10ª edição do Festival Kino Beat: uma residência artística internacional que une Porto Alegre (Brasil) e Liverpool (Reino Unido) em um inédito intercâmbio de criação, pesquisa e experimentação.

Em parceria com a FACT – Foundation for Art and Creative Technology, instituição referência em arte e tecnologia no Reino Unido, o projeto promove encontros entre quatro artistas — dois brasileiros e dois britânicos — em uma jornada híbrida de criação, com períodos intensivos de duas semanas em cada país voltados ao desenvolvimento artístico, intercâmbio e produção.

A iniciativa integra a programação oficial do Ano da Cultura Brasil/Reino Unido 2025–26, promovido pelo British Council em parceria com o Instituto Guimarães Rosa, e marca a primeira atuação internacional estruturada do Festival Kino Beat.

CONCEITO

A parceria, focada tanto no intercâmbio curatorial quanto artístico, busca renovar os entendimentos sobre cada cidade. O objetivo é trazer novas perspectivas para a criação de projetos artísticos que proponham reinvenções especulativas desses lugares, suas ecologias e as narrativas que contêm.

Porto Alegre e Liverpool compartilham longas histórias como cidades portuárias — pontos de partida e de troca de mercadorias, pessoas e ideias em escala global. A iniciativa permitirá que as organizações e artistas envolvidos explorem e desenvolvam novos discursos críticos por meio da troca de conhecimentos e práticas, estabelecendo bases para futuros compartilhados.

TEMAS 

  • Como a narrativa não linear e a construção de mundos digitais podem unir ficção e dados reais em produções tanto virtuais quanto físicas.
  • Como as abordagens às novas tecnologias podem ser moldadas por diferentes posicionamentos globais, experiências de lugar, saberes culturais e noções de pertencimento.
  • Como responder aos contextos pós-industriais de Liverpool e Porto Alegre enquanto ex-cidades portuárias — locais de fluxo de mercadorias, pessoas e ideias — e sua transformação nas culturas contemporâneas em rede.
  • Como agentes não humanos, como os rios que atravessam essas cidades — o Guaíba e o Mersey — ampliam a consciência e as imaginações futuras sobre eventos extremos de clima e poluição.

A estrutura do programa combina duas etapas presenciais e atividades online:

Agosto de 2025: duas semanas intensivas em Liverpool, no Reino Unido

Setembro de 2025: encontros virtuais e trocas de processo

Outubro de 2025: duas semanas intensivas em Porto Alegre, no Brasil

Além de fomentar a produção de obras inéditas, o programa oferece mentorias técnicas e orientação de produção, com foco em práticas artísticas baseadas em tecnologia e construção de mundos digitais. O resultado da residência será apresentado em diferentes formatos na programação do festival.

conheça os artistas

Dongni Liang

@post.liang | https://www.instagram.com/post.liang/  | https://liangdongni.cargo.site/ 

Dongni Liang é uma artista multidisciplinar que explora as fronteiras instáveis entre natureza, tecnologia e percepção. Atuando com mídias imersivas, sistemas generativos e narrativas especulativas, sua prática materializa forças ecológicas invisíveis por meio de intervenções digitais.

Henrique Fagundes

@henriquefagundesss | https://www.instagram.com/henriquefagundesss/ 

Henrique Fagundes (1994, Canoas, Brasil) é artista multimídia e arte-educador. Investiga o uso das novas mídias como ferramentas políticas e poéticas, compreendendo-as como instrumentos de emancipação de novas narrativas e contextos. Recentemente, tem direcionado sua pesquisa à Realidade Virtual e Realidade Aumentada, utilizando essas tecnologias como expressões sensíveis de autoficção, memória e espacialidades afetivas. É mestre em Poéticas Visuais pelo PPGAV-UFRGS.

Entre suas principais exposições estão a coletiva Crash (Zipper Galeria, Brasil), a individual Funk Ficção (Salamanca, Espanha), e a participação na FLAME TP Video Art Fair (Taipei, Taiwan). Foi contemplado pelo 10º Prêmio Marcantonio Vilaça de Artes Visuais, passando a integrar o acervo da Casa de Cultura Mário Quintana.

Sophie Rogers

@sophieirogers | https://www.instagram.com/sophieirogers/ | www.sophierogers.co.uk 

Artista radicada em Londres. A prática de Sophie Rogers incorpora renderização digital em 3D, motores de jogos e eletrônica lo-fi para produzir obras em vídeo e instalações. Seus vídeos mesclam animação CGI com som para criar ambientes atmosféricos que evocam a ressonância emotiva dos mundos dos videogames. Rogers se interessa especialmente pelo potencial da construção de mundos virtuais como ferramenta de narrativa e imaginação crítica, com sua pesquisa ancorada na ficção científica e na teoria ecológica.

Suas obras frequentemente partem de referências a entrelaçamentos do mundo real entre sistemas ecológicos, humanos e tecnológicos. Uma vez integrados em ambientes virtuais, esses elementos interconectados evoluem para potenciais locais de geração de novas ficções e narrativas especulativas.

Rogers investiga como ferramentas digitais podem ser usadas para construir paisagens imaginadas, ao mesmo tempo em que se envolve criticamente com as implicações ecológicas e políticas das próprias tecnologias.

Trojany

@_trojany | https://www.instagram.com/_trojany/ 

Trojany nasceu em Icó, Ceará, Brasil, e vive em Fortaleza. Cresceu entre açudes, rios e roças, em uma cidade-fronteira situada entre o Rio Grande do Norte e a Paraíba.

Sua pesquisa investiga as raízes indígenas e negras desta região, observando os conflitos e as contradições das dinâmicas de sobrevivência e transformação que emergem das cicatrizes coloniais e dos desdobramentos políticos da modernidade, como a construção dos açudes, os quais redesenham a paisagem e a vida de muitas comunidades.

Através de uma abordagem expandida do conceito de “arquivo”, a artista observa as interações entre corporeidade, máquina, produção de memória, virtualidade e internet, aspectos que se materializam em instalações, sites, taxidermias, gifs , filmes e performances.