MENU

10ª EDIÇÃO | 2025

O Kino Beat está de volta. Em sua 10ª edição, o festival se estende até dezembro de 2025 com uma programação que atravessa cidades, mídias e ideias — unindo instalações, performances, música ao vivo, mostra de cinema e ações formativas. Fragmentada ao longo de cinco meses, a edição se desenha como uma malha viva de fios interligados, entre Porto Alegre e Liverpool, com conexões que vão além do espaço físico.

A principal novidade deste ano é Portos Conectados, residência artística internacional que une dois artistas brasileiros a dois artistas britânicos em uma criação híbrida e transnacional. A iniciativa é realizada em parceria com a FACT (Foundation for Art and Creative Technology), instituição referência em arte e tecnologia no Reino Unido. Integrante da programação oficial do Ano da Cultura Brasil/Reino Unido 2025-26, promovido pelo British Council e pelo Instituto Guimarães Rosa, a residência marca a primeira atuação internacional estruturada do Kino Beat.

Criado em 2009, o festival nasceu como uma mostra de filmes sobre música e, ao longo dos anos, ampliou suas fronteiras. Desde 2014, consolidou-se como uma plataforma de arte contemporânea que reúne múltiplas linguagens — da arte digital ao audiovisual ao vivo, da música experimental às artes visuais. Em 2020, foi reconhecido com o Prêmio Açorianos de Artes Plásticas nas categorias Inovação e Difusão e Destaque em Curadoria.

PROJETO CURATORIAL
A programação do 10º Festival Kino Beat, fragmentada em uma longa linha do tempo e em espaços e cidades, se conecta através de fios que se desenham e emaranham, conforme a realização das diferentes atividades propostas. A imagem de linhas, fios e traçados, além de metáforas que simbolizam estruturas para o projeto curatorial do festival, são também sugestões para se imaginar as aproximações entre os distintos projetos artísticos.
Que relações existem entre a criação de universos digitais, ficções musicais chilenas, sons em extinção, portos conectados, cidades inventadas, sonhos de humanos, não humanos, objetos e máquinas? Esses são alguns dos temas presentes nos trabalhos de artistas e pesquisadores, e que estão amarrados pelas linhas de pesquisa do festival.
As principais linhas de pesquisa do Kino Beat estão organizadas da seguinte forma: paisagens sonoras e músicas globais; visualidades seus desdobramentos e movimentos; tecnologias emergentes; pensamento ecológico e estudos ambientais, e uma linha sem nomeação, aberta para receber a cada ano, propostas e ideias ainda não realizadas no festival. Nenhuma delas é estanque ou linear, estão em constante desenvolvimento e contato, e excedem os seus títulos, para a criação desta edição e de outras – passadas e futuras.
Na décima edição do festival, a palavra “linha” é articulada de duas maneiras: situar a programação artística (nas linhas de pesquisa), e no uso do sentido de linha, e seus muitos significados e derivados: fio, traço, rabisco, escrita, partitura, caminhar, etc, para pensar com liberdade e poesia, os caminhos, discussões e sensações que os projetos conduzirão o público.
A arte como linhas que indicam, mas que não amarram os fios soltos do que apresenta.
O festival enquanto uma malha, em que um enovelado de criações, linguagens, pessoas e contextos, estão atados a um mundo repleto de fios entrelaçados e interconectados.
Gabriel Cevallos, diretor e curador do Festival Kino Beat