No dia 4 de outubro, às 10h30, o Museu inaugura Onirica (), trabalho do estúdio italiano fuse* que transforma sonhos em imagens e sons por meio de inteligência artificial
Em uma parceria com o 10º Kino Beat, o Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS), instituição da Secretaria da Cultura (Sedac), inaugura a exposição Onírica (), no dia 04 de outubro, às 10h30. Com curadoria de Gabriel Cevallos e parte integrante da programação da 10ª edição do festival, Onírica () é uma videoinstalação do estúdio italiano fuse*, que, desde 2007, reúne artistas, arquitetos, engenheiros e designers para explorar o potencial criativo das tecnologias contemporâneas.
Por meio da inteligência artificial, o trabalho utiliza um arquivo de sonhos, reunidos por pesquisadores da Universidade de Bolonha (Itália) e da Califórnia (EUA), transformando os relatos em imagens e sons. Trinta narrativas foram selecionadas, dentre 807, e organizadas em cinco ciclos de seis relatos. A tradução visual é realizada por meio de modelos algorítmicos de texto para imagem, suscitando reflexões sobre o inconsciente, a coletividade e a ética do uso de dados para treinar a inteligência artificial.
No MARGS, a apresentação da videoinstalação Onírica () integra o programa expositivo “Poéticas do agora”, voltado a artistas com produção atual cujas pesquisas recentes em poéticas visuais têm-se mostrado inovadoras e relevantes no campo artístico contemporâneo. Seu objetivo é valorizar produções que investem na pesquisa e experimentação de linguagem, bem como na transdisciplinaridade dos meios, operações e procedimentos.
A parceria deste ano também retoma a colaboração entre MARGS e Kino Beat. Na edição de 2019 do festival, o Museu recebeu apresentações do Projeto Sonora e de Tomaz Klotzel. E, em 2021, apresentou a exposição Denilson Baniwa — INÍPO: Caminho de transformação.
O 10 Festival Kino Beat é viabilizado através da Lei Rouanet, apresentado pela Petrobras, conta com patrocínio da Blue Moon e Crown Embalagens. Apoio Internacional do British Council e Instituto Guimarães Rosa – Ano da Cultura Brasil/Reino Unido. O Festival conta com financiamento do Pró-Cultura RS – Secretaria de Estado da Cultura – Governo do Estado do RS e Realização Ministério da Cultura – Governo Federal – Do lado do povo brasileiro.
Kino Beat
Iniciado em 2009, com uma mostra de filmes sobre música, o festival se tornou uma plataforma de arte contemporânea, que reúne múltiplas linguagens — da arte digital ao audiovisual ao vivo, da música experimental às artes visuais — criando espaço para experimentação artística e reflexão crítica.
As programações incluem exposições, instalações, performances, espetáculos, shows, mostras, residência artística, ações formativas e outros formatos. O conteúdo das atividades deriva da ampla relação que o significado do seu próprio nome estabelece: KINO (imagem, movimento) e BEAT (ritmo, som).
Nesta 10ª edição de 2025, a curadoria atravessa temas como tecnologias emergentes, sons globais, ficções especulativas, pensamento ecológico, práticas colaborativas, cidades imaginadas e outras formas de escuta e convivência. A principal novidade desta edição é a residência artística internacional “Portos Conectados”, que reúne artistas brasileiros e britânicos em uma criação transnacional. A iniciativa é realizada em parceria com a FACT (Foundation for Art and Creative Technology), do Reino Unido, marcando a primeira atuação internacional estruturada do Kino Beat.
Saiba mais: https://kinobeat.com/
fuse*
Liderado pelos fundadores Mattia Carretti (n. 1981, Itália) e Luca Camellini (n. 1981, Itália), o estúdio reúne um grupo multidisciplinar de artistas, arquitetos, engenheiros e designers, em colaboração com especialistas e centros de pesquisa, que colaboram na criação de projetos, obras, espetáculos e exposições. Conhecido por suas instalações de grande escala e performances ao vivo — pelas quais atua também como uma companhia de teatro e produtora independente —, o estúdio experimenta constantemente novas relações entre o físico, o digital, o natural e o artificial, explorando uma ampla gama de meios artísticos, incluindo escultura, impressão, vídeo, luz e som. Ao longo dos anos, o estúdio apresentou suas obras internacionalmente em instituições de arte e festivais.
SERVIÇO
Exposição “Onirica ()”
Videoinstalação do estúdio italiano fuse* pelo 10º Kino Beat
Onde: Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS) – Praça da Alfândega, s/nº,
Centro Histórico, Porto Alegre
Abertura: 04 de outubro, às 10h30
Visitação: até 30 de novembro, de terça a domingo, das 10h às 19h (último acesso
às 18h)
Entrada gratuita
CONFIRA AS PRÓXIMAS ATIVIDADES DO FESTIVAL
10º FESTIVAL KINO BEAT
OUTUBRO
3 de outubro
Performance Fantasma Boca
Local: Teatro Oficina Olga Reverbel (R. Riachuelo, 1089 – Centro Histórico, Porto Alegre)
Horário: 19h
Entrada gratuita. Reserva de ingressos pelo site do Theatro São Pedro.
Fantasma Boca é uma performance sonora e imersiva dos artistas Vivian Caccuri e Thiago Lanis. Utilizando apenas lábios, bocas e dentes, a dupla recria a paisagem sonora de uma floresta tropical: ruídos de aves, mamíferos e insetos, mas também do vento, das águas e de outros seres são reencenados a partir dos corpos dos performers. As sonoridades são gravadas, editadas e reproduzidas ao vivo, por meio de um sistema de som surround e loops, tecendo diversas camadas de uma cena noturna, que vai se transformando ao longo da performance. https://su.art.br/projetos/fantasma-boca/
De 4 de outubro a 30 de novembro
Instalação Onírica ()
Local: MARGS (Praça da Alfândega, s/n, Porto Alegre)
Abertura: 04/10, 10h30
Entrada franca
Uma obra audiovisual que explora a dimensão dos sonhos, interpretando através de linguagens sintéticas a capacidade criativa da mente humana durante o sono. Através do uso de algoritmos capazes de traduzir conteúdo textual em imagens, Onírica ( ) traz contos de visões noturnas de volta ao domínio do visível, propondo novas reflexões sobre a relação entre humano e máquina, entre ferramenta e criador. O Fuse* é um grupo multidisciplinar de artistas baseado em Bolonha, na Itália.
https://www.fuseworks.it/artwork/artwork-onirica
7 de outubro
Cuidar do Pluriverso: a Persistência dos Mundos | Ciclos Formativos – APPH
Transmissão: www.youtube.com/@KinoBeatFestival
Atividade online, gratuita e sem inscrição prévia
Horário: 17h
Conversa com Marisol de la Cadena, Alyne Costa e mediação de Fernando Silva e Silva sobre cosmopolíticas, pluriverso e encontros entre diferentes formas de saber.
A antropóloga Marisol de la Cadena e a filósofa Alyne Costa são expoentes do debate contemporâneo sobre cosmopolíticas, o encontro entre mundos e os conflitos e alianças entre saberes diversos. Nesta conversa, mediada por Fernando Silva e Silva, falaremos sobre as origens e limites da ideia de cosmopolítica, e os conceitos de pluriverso e mundificação. Levaremos em consideração não apenas os encontros entre mundos indígenas e não indígenas, mas também os muitos lugares onde esses choques ontológicos podem ser percebidos em nosso dia a dia, seja nas sobreposições entre disciplinas científicas diversas, ou quando levamos em consideração modos de vida animais ou mesmo inorgânicos.
De 9 a 23 de outubro
Residência artística Portos Conectados – Etapa Porto Alegre
Local: Instituto Remanso e cidade de Porto Alegre
Entrada franca
Segunda etapa do projeto com artistas brasileiros e britânicos em imersão criativa. Artistas residentes: Dongni Liang, Sophie Rogers, Henrique Fagundes, Trojany.
9 de outubro
Palestra com Anouk Focquier (Bélgica)
Cidades e Imaginação: uma conversa sobre a importância do fantástico para o homo urbanus
Local: Instituto Remanso (Porto Alegre)
Horário: 16h
Entrada franca
Inspirando-se em As Cidades Invisíveis, de Italo Calvino, esta palestra examina o papel indispensável da imaginação na negociação das realidades da vida urbana. Em uma era dominada por lógicas neoliberais pragmáticas e orientadas a resultados, o espaço para a especulação e o pensamento imaginativo é sistematicamente restringido, apesar de ser uma condição fundamental para a experimentação e a liberdade humana. Ao traçar como a arte e a imaginação historicamente informaram, e continuam a moldar, visões de futuros urbanos, a palestra defende a recuperação do fantástico como uma lente através da qual a cidade contemporânea pode ser reimaginada.
23 de outubro a 30 de novembro
Exposição resultado da residência Portos Conectados
Local: Galeria Augusto Meyer – Casa de Cultura Mario Quintana, 6º andar (Rua dos Andradas, 736, Porto Alegre)
Abertura: 23/10, 19h
Entrada franca
Mostra coletiva com obras desenvolvidas durante a residência em Porto Alegre e Liverpool. Artistas residentes: Dongni Liang, Sophie Rogers, Henrique Fagundes, Trojany.
De 30 de outubro a 30 de novembro
Light Gleaner – Instalação de Daems Van Remoortere (Bélgica)
Local: Sala Radamés Gnattali – Casa de Cultura Mario Quintana, 4º andar (Rua dos Andradas, 736, Porto Alegre)
Abertura: 30/10, 19h
Entrada franca
Light Gleaner [Colecionador de Luz] é uma jornada audiovisual através das estações, ciclos e movimentos cósmicos. A instalação entrelaça memórias, vulnerabilidade ecológica e cenários futuros em uma exploração poética de nossa relação com a Terra. Pelos movimentos terrestres, recolhemos sementes — portadoras de vida — como uma promessa silenciosa (ou lembrança) para outro tempo e outro lugar. Em um mundo em transformação, colecionar torna-se um ato de cuidado, resistência e esperança.
Daems van Remoortere é uma dupla de artistas belgas formada por Lena Daems (Berlaar, 1988) e Frederik Van Remoortere (Antuérpia, 1986). Lena Daems estudou fotografia e Frederik van Remoortere cursou In Situ na Real Academia de Belas Artes de Antuérpia. A dupla desenvolve sua obra em duas direções: trabalhos visuais autônomos, por um lado, e instalações multimídia em espaços públicos, por outro. Suas criações são multidisciplinares e ultrapassam as fronteiras entre teatro, cinema e artes visuais. O duo incorpora diferentes disciplinas em suas obras, como matemática, astronomia e física. Em seu trabalho, abordam temas relacionados ao espaço e, mais especificamente, ao campo de tensão entre o espaço público e o ambiente íntimo de uma pessoa. Observam o comportamento humano em um universo a partir de uma perspectiva voyeurística. O público costuma ser envolvido em suas produções, tornando-se ator ativo e necessário na obra.
https://daemsvanremoortere.be/about
NOVEMBRO
14 de novembro
Um Outro Filme de BR
Local: Instituto Ling (Rua João Caetano, 440, Porto Alegre)
Horário: 20h
Entrada franca
Um Outro Filme de BR se caracteriza como uma performance audiovisual inédita que integra a programação da 10a Edição do Festival Kino Beat. A performance tem como base a reutilização de imagens e recortes do material sonoro e visual utilizados na produção do documentário Um Filme de BR, dirigido e concebido por Wender Zanon. A proposta performática desenvolvida pelos artistas Fabiano Gummo e Marcelo Armani tem como objetivo praticar intervenções com a edição e o emprego de efeitos digitais e analógicos sobre o material original disponibilizado por Zanon.
De 14 e novembro a 14 de dezembro
Feraluz: Instalação na fachada do Instituto Ling – Leandro Lima
Local: Instituto Ling (Rua João Caetano, 440, Porto Alegre)
Abertura: 14/11, 20h
Entrada franca
A instalação “Feraluz”, de Leandro Lima, transforma a fachada do Instituto Ling em um território de passagem entre arquitetura e natureza. As janelas, em sua transparência, deixam-se habitar por um jardim que se expande em texturas e sombras, onde o ornamental se converte em selvagem e envolve o edifício como uma pele viva.
A mata redesenha o rigor geométrico da construção, contrapondo sua matemática precisa ao emaranhado orgânico do acaso. Criaturas invisíveis — aquelas que escavam túneis e redes subterrâneas — tornam-se presença sugerida, revelando uma paisagem que normalmente escapa ao olhar, mas que sustenta o equilíbrio do todo.
Nesse jogo de dentro e fora, luz e sombra, a arquitetura é reconfigurada. As imagens projetadas pelas plantas distorcem, recortam e colorem os espaços, acompanhando o movimento do sol durante o dia ou se reinventando com projeções artificiais ao cair da noite. Como se cada fragmento luminoso fosse uma linha de energia que escreve, continuamente, uma nova forma de habitar o espaço.
Site do artista: https://aagua.net/
15, 16 e 18 de novembro
Mostra Cine Esquema Novo e Kino Beat: Mundificação
Local: Cinemateca Capitólio (Rua Demétrio Ribeiro, 1085, Porto Alegre)
Entrada franca
Sábado 15/11
19h – sessão especial de abertura
Domingo 16/11
Sessões às 15h, 17h e 19h
Terça 18/11
Sessões às 15h, 17h e 19h (sessão especial de encerramento)
Fruto de uma parceria entre Cine Esquema Novo e Kino Beat, a Mostra CEN + Kino Beat: Mundificação, é parte integrante do projeto – Portos Conectados: Construindo Mundos Digitais e Encontros em Porto Alegre e Liverpool – composta também por uma residência artística e uma publicação online.
O projeto parte de uma reflexão inicial sobre o que pode ser identificado como a principal afinidade entre Porto Alegre e Liverpool: sua condição portuária. Ainda que os portos hoje não tenham a mesma centralidade de outrora, as cidades se projetaram para o mundo, cada uma à sua maneira, e com implicações urbanas, sociais e ecológicas profundas, através desses espaços.
22 de novembro
Palco Petrobras: Ocupação do Clube do Comércio – Encerramento do Festival
Local: Clube do Comércio – Palco Petrobras (Rua dos Andradas, 1085, Porto Alegre)
Entrada franca
Evento festivo com apresentações musicais e performances sonoras.
Line-up: Kokoko! (Congo), Omoloko e Kabulom, Batida de Fruta (Pedro Cassel e Viridiana), Loua Paco e Felipe Merkel, Tom Nudes, Roger Canal, Raquel Krügel, Betamaxers.
SOBRE O FESTIVAL KINO BEAT
Ao longo dos últimos 15 anos, o Kino Beat desenvolveu de forma gradual a sua identidade e os seus espaços de atuação. A marca surgiu em 2009, como Mostra Kino Beat de filmes relacionados à música. Em 2014, se consolidou como Festival Kino Beat, uma plataforma para investigação e fomento de artistas e ações ligadas principalmente ao universo da arte digital, música contemporânea e audiovisual ao vivo. Com oito edições realizadas em formato de festival, o Kino Beat deriva suas atividades de forma livre em relação a etimologia do seu próprio nome: KINO (movimento, imagem) BEAT (ritmo, som). E se posiciona como um festival de arte contemporânea, articulando a arte do seu tempo, independente da linguagem. Em 2020 foi premiado nas categorias de Inovação e Difusão e Destaque em Curadoria do Prêmio Açorianos de Artes Plásticas da Secretaria de Cultura de Porto Alegre, completando em 2024 seus 15 anos de história.
O 10 Festival Kino Beat é viabilizado através da Lei Rouanet, apresentado pela Petrobras, conta com patrocínio da Blue Moon e Crown Embalagens. Apoio Internacional do British Council e Instituto Guimarães Rosa – Ano da Cultura Brasil/Reino Unido. O Festival conta com financiamento do Pró-Cultura RS – Secretaria de Estado da Cultura – Governo do Estado do RS e Realização Ministério da Cultura – Governo Federal – Do lado do povo brasileiro.